sexta-feira, 11 de agosto de 2006

A resposta ao momento "piroso" de ontem

A emoção traz-me lágrimas ao ler daquilo que sei, do teu amor por mim.
Penso que daquilo que sou, parte, ou melhor, grande parte devo-o a ti.
Á tua presença, ás brincadeiras, ao cuidado, ao carinho, á preocupação de proteger quem se ama, quem se sente responsável.
Levo-me a um passado sempre presente, ao lembrar o dia que me vi sem ti, numa casa para mim vazia. Também nunca te disse, mas no momento que te apercebi longe dali, senti uma solidão aterradora, perdi-me.
Soube nesse momento, ao olhar a porta de onde todos os dias te espreitei a dormir, antes de sair para a escola, e que, sem tu saberes roubava um bocadinho de perfume, da mesma porta de onde me chamavas como ninguém “Raite”, e com todo o meu carinho te preparava os melhores pequenos almoços, ao olhar essa mesma porta que nos fechou tantas vezes para o mundo, soube que nunca voltaríamos a “brincar” assim.
Perdi-te naquele instante para uma vida que (agora se comprova) te trouxe o que tanto procuraste, procurámos os dois, a paz e felicidade de uma vida...merecidas!
Ainda hoje sinto essa saudade, do que fomos, de como cresci ao perto de ti, do que aprendi meu irmão, do orgulho daquilo que me ensinaste, de como me orientaste para ser a mulher que sou hoje.
Sabemos no entanto, que mesmo já com filhos e estendendo-nos a outras famílias, depois de sacrifícios e entregas, distâncias e contratempos, continuaremos a partilhar a música, os poemas, as palavras soltas, os livros, os filmes, a sensibilidade que nos guia unindo-nos, garantindo que estarás sempre em mim, numa saudade infinita, saudável, e orgulhosa de tudo o que temos, os dois, mano.
Na inocência de um olhar eternamente cúmplice que será sempre orgulhosamente teu.
Quero assim, ter-te perto, sem perderes nunca nada. Sem eu nunca perder nada teu.
Por ver em ti descobri em mim o melhor de ser humano, por ver em ti descubro em mim a sensibilidade de se amar, de saber sorrir, a cada pôr-do-sol, a cada luar, ao simples acordar, a cada momento que ouço a tua voz. Linda.
Espreitar-te-ei todos os dias, no bom dia de sempre.
Sou tua mana...que orgulho.

quinta-feira, 10 de agosto de 2006

4 anos

Parabéns a mim.
Por me encontrar ao pé de quem me ama assim...por mim.
Sou aquilo que mais gosto de mim, contigo.
Vejo as cores que ninguém mais vê num constante nascer do sol, contigo.
Sinto o vento a sorrir á lua na noite, contigo.
Falo o sonho da paixão, contigo.
Descubro o segredo que o mar derrama no areal, contigo.
Encontro-me contigo por te amar assim...por ti.

Contigo descobri ser feliz.

4 anos de amor, 2 de pura beleza, e por fim 9 de caminho.

quarta-feira, 2 de agosto de 2006

Em casa

É noite, deito-a: queres o bebé?
Xim. Xim mamã. Xenta mamã xenta.
E sento-me aos pés da cama dela. Olho pela janela e acalma-me um pôr-do-sol que foge por entre os eucaliptos, que ao voarem devolvem um vento dourado num aroma fresco, limpo, leve, puro.
As palavras dela em fundo retribuem a paz que o vento nos segreda ali ás duas.
-Mamã, papá, avó, tiuuu, tiaaa, bé (a cadela), carrrrro, Noddy (inevitavelmente)...
E volta ao início.
-Mamã, papá, bó...
No fim uma melodia que nem sempre identifico, mas que a embala acabando por se entregar naquela ladainha, á sua noite.
O sol adormece com ela.
Na caminha dela. No quarto dela.
Na nossa casa.
Finalmente filha.