terça-feira, 31 de outubro de 2006

Dia de espectáculo


Estava até um pouco nervosa, como se fosse eu por detrás do pano.
Por detrás do pano espera-se pela nota inicial que nos leva ao encontro da fantasia, o que até ali eram apenas sons que imaginamos, escondidos por um pano que nos impede de sermos vistos assim, sem personagem.
É sempre estranho estar do lado de cá. A união essa é a mesma, o mesmo cheiro, o mesmo som da resina a ressoar nas sapatilhas, a ponta a tocar o mais fiel possível no chão, sem nos apercebermos do peso delas, aquele perfume que só o palco tem...
Aos poucos estava ali ao pé deles no palco, ouvindo-os contarem a sua história na ponta dos dedos, num olhar que chegava ao último lugar da última fila, de um teatro cheio (para ver dança, sim!).
No dia seguinte apetece voltar, imaginava apenas como seria com outro público, num outro ambiente que determina por vezes a forma como nos expressamos.
Voltei com o cheiro das fitas, da música a ecoar nos ouvidos, dos gritos dados a cada salto, do sonho em cada nota.
Foi bom voltar a estar. E volto, sempre.

5 comentários:

Anónimo disse...

Parece que sempre valeu a pena ;)

Anónimo disse...

Que bom Rita! Um beijinho grande

Anónimo disse...

Faltava assinar. Maria

Anónimo disse...

Foi muito bom ter partilhado contigo este momento, adorei.Conta comigo sempre...

P disse...

Mas isso é o chamado grande domínio! Boa ! Dá-le. :-) Beijinhos do mano