quarta-feira, 16 de novembro de 2005

Caminho de casa

Caminho de casa.
Olham-se as luzes e pensa-se baixinho
É tão bom viver, sentir a liberdade e tudo o que vejo e o que não posso ver
O que nos faz acreditar em nós, sem medo, com muito carinho
Em nós, por sermos assim, tal e qual o que se vê, podem crer.

Deslizo numa rua torta que me leva um passo de cada vez
Num caminho que pisando todos os dias, me acalma e me consome ao mesmo tempo
Acalma nos dias que irritada grito ás pedras da calçada, que me sussurram insensatez
Consumindo-me a repetição do incolor de uma rua que luminosa, se adormece, num trapo.

De longe parece-me cheirar o mar...ou será ele a procurar-me
Sinto a falta de me deixar abraçar
De me entregar em palavras
De me largar no seu gosto
De me esconder no seu som
Descobrir os seus segredos
E revelá-los em folhas, onde transporto o seu aroma a sal e saudade.

É assim que num caminhar solitário
Acabo por me transportar onde quero, sem sair do meu percurso
Levando-me a quem faz de mim um ser prioritário
Fazendo-me viver na verdade e na felicidade por ser quem sou.
Assim, tal qual me vêem.