terça-feira, 31 de outubro de 2006

Dia de espectáculo


Estava até um pouco nervosa, como se fosse eu por detrás do pano.
Por detrás do pano espera-se pela nota inicial que nos leva ao encontro da fantasia, o que até ali eram apenas sons que imaginamos, escondidos por um pano que nos impede de sermos vistos assim, sem personagem.
É sempre estranho estar do lado de cá. A união essa é a mesma, o mesmo cheiro, o mesmo som da resina a ressoar nas sapatilhas, a ponta a tocar o mais fiel possível no chão, sem nos apercebermos do peso delas, aquele perfume que só o palco tem...
Aos poucos estava ali ao pé deles no palco, ouvindo-os contarem a sua história na ponta dos dedos, num olhar que chegava ao último lugar da última fila, de um teatro cheio (para ver dança, sim!).
No dia seguinte apetece voltar, imaginava apenas como seria com outro público, num outro ambiente que determina por vezes a forma como nos expressamos.
Voltei com o cheiro das fitas, da música a ecoar nos ouvidos, dos gritos dados a cada salto, do sonho em cada nota.
Foi bom voltar a estar. E volto, sempre.

terça-feira, 24 de outubro de 2006

Telefonema

Falei com alguém que de há uns 8 anos para cá não falava.
É tão bom voltar atrás e encontrar uma voz, adulta mas da adolescente que conheci, com coisas de certezas tão novas para falar, como sempre foi.
De todos os dias que nos encontrávamos nas aulas, tínhamos novidades a cada momento, uma música a partilhar, um texto a dar, aquela piada só nossa, gestos inconfundíveis, olhares no silêncio que falavam.
Nesta troca que foram três anos diários, encontramos obstáculos, paixões, amarguras, sonhos por cumprir, a par com todas as alegrias, a arte, a visão de um céu só nosso onde voávamos quando queríamos, a loucura, os riscos, tudo isto juntas.
Nessa altura tínhamos tempo de descobrir as pessoas.
A nossa amizade fez-se de defeitos e feitios, que nos ajudou a construir uma amizade e a descobrirmo-nos como gente.
Aprendemos com riso, e crescemos com algumas lágrimas.
Agora gente grande.
Vivemos em desencontros e falhas de tempo para ter amigos.
Gostei de teres ligado.
A voz de sempre, numa saudade esquecida.
Olá. Quando nos vemos? Breve.

quinta-feira, 19 de outubro de 2006

Sonho de Filha

Ainda sobre o dia de ontem.. Tudo isto sem nunca esquecer de quem para além de me fazer tão bem, compartilha comigo estes dias...assim! Porque é isso o Amor.

quarta-feira, 18 de outubro de 2006

Dias assim

Existem dias difíceis, dias complicados, incompreensíveis, descoordenados, impróprios, furiosos, inadmissíveis, despropositados, destrutivos, cansativos, incoerentes, sem cor, sem rir...
Existem dias assim, que tudo se une sem desvario, certo que o sol não parece aclarar nenhuma vontade ou confiar num sorriso aberto, somente sincero e autêntico.
Hoje não há lugar a mentiras, falsas palavras, nem pensamentos silenciosos.
Nestes dias assim, só o som da filha me devolve a realidade.
Hoje quero ouvir-te todo o dia.

sexta-feira, 13 de outubro de 2006

Ver dança

Há muito tempo, aliás há tempo demais que não vou ver um bailado.
Não tem sido falta de vontade. Não tem sido falta de tempo, nem falta de disposição, ou uma qualquer dor física. Tem sido a falta de coragem em ultrapassar esta estúpida barreira que me impus. Vai acabar.
Este mês vou ao bailado, talvez até sozinha, mas vou. Para voltar. Até porque é sempre bom ver antigos colegas, amigos. É tão bom, então porque não tenho ido...?
Vou embater neste muro que construí para me proteger do mundo que amo, e vou ver dançar, que me apaixona...sempre!

http://www.cnb.pt/

terça-feira, 3 de outubro de 2006

Parabéns

A quem tanto passou comigo, por mim, com medos, sorrisos, lágrimas, desespero e incríveis gargalhadas.
A quem de mim viveu o pior, o melhor, a alegria de um passado que já foi o insuportável do presente, que sabe de mim hoje, e como ninguém me conhece, me ouve e sabe confiar.
Em mim poderás sempre saber que sou, estou, ficarei perto, de ti, partilhando cada instante o reflexo de ser filha. A tua filha.
Na sorte de te ter...
Parabéns Mãe.