sexta-feira, 6 de novembro de 2009

A nossa Nell

Pouco tempo antes de nasceres conheci o homem da minha vida, e tal como ele me escolheu assim eu te escolhi dias depois. Não foi coincidência…
No Natal estava decidido serias dele.
Linda, olhinhos fechados, cor de mel, deslizava por uma mão, sempre com uma aparência desconfiada do mundo, nesse momento à espera de quem cuidasse de ti. Nunca poderia ter sido outra pessoa (sem dúvida nenhuma). Acompanhaste o namoro, algumas separações alheias que nos afectaram mas que nos uniram ainda mais, passaste o casamento, viveste pelos caminhos que se nos cruzaram e nos quais soubeste ser tão feliz. Fizemos por isso.
Num ladrar deste-te a conhecer à Catarina, e com o olfacto mais apurado do mundo aconchegaste o Tiago a este teu mundo.
Nunca foste de dar grandes confianças, mas viveste connosco o que mais ninguém viveu!
Tomámos conta de ti primeiro que a nossa filha. Aprendemos contigo o que era cuidar de algo para além de nós. Descobrimos o que era dar, apenas por um olhar, por um aconchego pedido com uma pata.
Hoje é dia de deixar de te ouvir.
Hoje, pela primeira vez, separaste-te de nós…

2 comentários:

Anónimo disse...

A bela Nell vai deixar saudaddes, com a sua pose de rainha, a controlar o seu território de afectos. Foi muito feliz, não podia ter tido uma família melhor e que a amasse mais. E partiu em paz, porque sabia que deixava tudo no devido lugar. Força mana e força Bruno. Estamos aí.

Anónimo disse...

Não nos conhecemos mas também eu, perdi o meu Baltazar, no dia 13 de Outubro.
O Baltazar, um Retriever do Labarador, era o meu companheiro, desde à 9 anos; também ele como a Nell, acompanhou o meu namoro, o nosso casamento e o nascimento dos nossos 3 filhos.
Foi sem dúvida o seu, nosso maior amigo e foi ele o primeiro a vê-los aquando da saída da maternidade. Com uma lambidela fez deles os seus amigos e com a mesma lambidela os recebia em casa da avó até aos 3 anos, idade em que foram para a escola.
Fui eu que o acompanhei naqueles últimos momentos, em que o silêncio era aterrador e as minhas lágrimas lhe mostravam que não estava só.
São os nossos amigos para a vida.

Susana Ramalho